terça-feira, 2 de junho de 2009

Carolina Berger no DOCTV




Chica - E ai querida! Primeiramente, gostaria de já te dar os parabéns pelo projeto aprovado entre tantos concorrentes no RS. Me conta como foi a preparação e a produção deste projeto. Quanto tempo levou?

Carol - O projeto existe desde 2004, quando formulei uma primeira versão do que poderia ser o documentário. E, desde o início, estou com o apoio da Milimmetros Produtora. O produtor do "Paragem", Alvaro Carvalho Neto, me ajudou muito a acreditar na idéia. Isso acho que foi fundamental para o projeto acontecer. Ter um produtor engajado e que acredita que sua idéia pode dar certo. Neste tempo, fui formulando vários projetos, apresentando, principalmente, para concursos de desenvolvimento de roteiro.
Em 2008, pensei - Vou apresentar ao DOCTV e vai ser minha última tentativa. Caso não desse, o projeto seria, provavelmente, engavetado.
Do momento que aprovamos, foram seis meses de trabalho. Da pré-produção, com pesquisa, principalmente, de personagens e locações, a finalização e masterização. A partir das pesquisas na pré-produção, fiz um roteiro e rodamos em duas semanas, divididas em duas fases. Um pouco mais de um mês de finalização e FEITO!


Chica - A chamada para o concurso deste ano foi "Quando a realidade parece ficção, é hora de fazer documentários". O que te levou a escolher essa história para nos contar?

Carol - Essa chamada é bastante atualizada e justa em termos de produção documental. A visão deles é de produção de documentários mais autorais, o que pra mim, na verdade, é uma linha mais relacionada com o documentário de criação, onde os mesmos princípios da ficção podem ser utilizados para a criação de uma obra singular (mais do que original, uma obra em que a subjetividade do autor crie o imaginário sobre a realidade que ele aborda. E dai vem a história que conto no "Paragem do Tempo". Fiz um documentário sobre como imagino aquele lugar, como um lugar onde o tempo e sua passagem é o protagonista, juntamente com a memória daquelas pessoas. Não é um documentário sobre o passado ou sobre as perspectivas do futuro. É sobre o presente e sobre como projetamos o tempo em nossas vidas, enquanto ele passa, de forma cíclica, como uma transformação constante, mesmo que lenta. É por isso que o documentário é contemplativo, porque o lugar tem esse tempo, as coisas duram e se transformam daquela forma naquele lugar. Pelo menos é como imaginei e percebi, depois de anos de imersão acumulados, naquele universo.

Chica - E quais são as principais dificuldades encontradas hoje pelo produtor independente?


Carol - Sempre foi o financiamento. Não sou produtora especificamente, mas busco recursos para meus projetos. Acho que as dificuldades sempre estão relacionadas com captação de fundos para produzir os projetos. Mas acho que bons projetos, produzidos por bons profissionais, sempre são mais fáceis de serem feitos.

Chica - Já anda pensando em produzir outros documentários? Quais são teus futuros projetos?

Carol - Vários. Listas e listas. Mas, temos que priorizar e estou com calendário até o final deste ano, quando devo finalizar o documentário que rodei entre Buenos Aires, Santa Maria e Caçapava do Sul. Tem um nome longo: "Yo quisiera volver... tampoco estuve... pero aca estoy... y no puedo volver". Assim mesmo! Um documentário auto-referencial, eu diria que mais um vídeo experimental sobre uma experiência pessoal na grande metrópole latino americana contemporânea. Mas também sobre a abismal diferença entre a vida em solidão na cidade e a vida contemplativa no campo. Isso tudo com uma história pessoal de pano de fundo. Uma história que conecta o Rio Grande do Sul e a Argentina na mesma "pátria gaúcha".

Chica - E vem cá... Já andam perguntando por aqui: - Tá solteira?!

Carol - Não! Quase casada. Há sete anos com um chef maravilhosamente inteligente e divertido. Você até já conhece ele Chica! Até já andou pela alcova gastronômica dele, recitando seus poemas e deixando vários raparigos zonzos!

Chica - Puxa é mesmo, já tava me esquecendo! Baita noite aquela na L'Alcova di Gelsomina... Muito amor e sucexo pra você e o Chef Mateus! Adoro o trabalho de vocês.

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