sexta-feira, 26 de junho de 2009

Nei Lisboa e as Músicas Para Baixar

Chica – Nei, tu tá participando desse projeto, dessa proposta do Música Para Baixar. E tu tem uma carreira consolidada, um trabalho consagrado: qual a importância de estar participando do evento e como isso tudo influencia no seu trabalho?

Nei – Pra mim é importante como pra todo mundo estar atento a esse debate. Pra aprender, pra trocar, pra pensar juntos porque é uma coisa que ninguém sabe ainda pra onde vai, a gente tá vivendo um momento de muita mexida na distribuição de música e num todo que isso tá inserido. Uma passagem muito forte. A linguagem analógica pra digital, quase uma troca de universo, essa coisa da linguagem, da cultura, da comunicação das pessoas. Isso é uma coisa que já vem vindo, eu já tô interessado, posso não ser um militante da área, fico mais na minha assim, mas já venho mergulhando nisso faz um tempo. Mexendo bastante com meu site na internet, colocando coisas pra download, inventei um player que as pessoas baixam e escutam todos os meus CDs...

Chica – Liberou toda a obra?

Nei – Eu liberei na medida que legalmente isso era possível pra mim, tem essa forma: um playerzinho que, tanto conectado a internet, você ouve tudo. E isso é perfeitamente legal, pra isso eu tenho que pagar um Ecad até...

Chica – É mesmo?! O Ecad, nesse sentido, cobra do artista?

Nei – É, do artista. Na verdade é uma taxa pra qualquer site pessoal, não é nem institucional e muito menos comercial, pra tu ter música, qualquer música, na verdade eu tô liberado também pra rodar música de outros. Como o player é uma extensão do site, não tem uma classificação definida, toda essa legislação é muito nova, eu fico enquadrado dentro dessa taxa que, pra uma brincadeira que eu queria fazer é perfeitamente razoável, R$ 40,00 ao mês e ainda alardeio aos quatro ventos. Tô pagando Ecad, estou totalmente legalizado e achando brechas pro meu trabalho...

Chica – E tu sente o retorno disso?

Nei – Claro. Essa brincadeira já vem de um ano, lancei a primeira versão, agora a poucos meses lancei a segunda. Já tem mais de mils e mils downloads. Entre a primeira e a segunda tem uns 3 mil que baixaram. Tu monitora, acessa e tal. E agora essa segunda versão tem vídeo, uma central ao vivo também...

Chica – Mas tu já tá bem adiantadinho? Hahahah

Nei – Heheh, é muito maluco né. Dá pra fazer uma coisa bacana... Então, na verdade, buscando formas de distribuição, porque a indústria nessa derrocada que se meteu, um pouco o CD ainda sobrevive, um pouco tentando tardiamente achar um espaço, tomar conta do espaço virtual também com a venda via internet e tal. A indústria nessa locurama toda aí deixou de investir, o mínimo de intenção que houve na vida de investir em projetos mais culturais, de resgatar e tal, foi pro brejo. CDs antigos meus não são relançados. Tem gravadoras que faliram, a Paradox faliu e tem dois CDs meus que ela vai continuar dona, eu não posso fabricar e não vai jamais ser fabricado. Então a rede pra isso é uma alternativa sensacional, porque repõe catálogo imediatamente pro mundo inteiro...

Chica – Poisé, tu viveu essa fase das gravadoras e agora tá vivendo o começo desse outro universo. Pro músico, pro compositor, qual é a melhor?

Nei – Acho que os artistas, enquanto classe, a hora é agora de se antenar, marcar algum espaço, pra que as coisas no final da linha não reproduzam exatamente o que era antes. Era uma hegemonia, um poderio desmedido, truculento, de três, quatro multinacionais sobre o mercado e a distribuição e produção de música. Esse é o panorama dos tempos antigos e é inocência achar que isso não vá retornar, se remodelar e ter o mesmo gênero de poder dentro da rede. Acho que o que a gente pode é arrefecer um pouco essa violência, marcar espaços de liberdade para os quais a rede é muito propícia, a rede se move muito mais rápido que esse elefante da megalomania capital. Ela é propícia pra pequenas revoluções, pra gente manter uma liberdade, uma multiplicidade criativa. Porque toda essa questão de domínio de poucas e gigantes gravadoras não é só a violência econômica mas também estética, criativa, porque termina numa mesmice, uma mediocridade de um modo geral. Nivela por baixo a produção cultural. Então é preciso que a gente brigue em todos os sentidos: essa questão do direito autoral é super discutido, é delicado. Eu sou uma pessoa muito liberal nessa parte, mas sei que isso que funciona pra mim pode não funcionar pra outros. Há quem viva exclusivamente da atividade de compositor e não tem o lado do show que pra mim é o lado de remuneração.

Chica – E sobre esse I fórum MPB estar acontecendo aqui em Porto Algre, não é a primeira vez que nossa cidade recebe a primeira edição de um evento assim...

Nei – Dá saudades né, do Fórum Social... É sim, é muito importante, tem toda essa questão da legislação que é feita às pressas e alguma coisa fica debaixo do pano e defender interesses que a gente não sabe muito bem... Tem algumas coisas de mais urgência, e esse debate é sempre importante.

Chica – Mas é isso, então vamos fazer música. Não dá pra parar também né Nei...

Nei – Ah não, vamo lá! Eu tenho que cantar ainda aí.

Chica – Certo, valeu Nei, mais sucesso ainda pra você!

Nei – Obrigado, valeu.

Fernando Anitelli do Teatro Mágico e a música livre

Chica – Aí Fernando, um dos maiores apoiadores de toda essa história, fazendo sua parte aqui no MPB. Qual a importância desse fórum, dessas discussões pra música agora?

Fernando – Assim, é um fórum que já demorou pra acontecer na verdade. Porque há mais de 20 anos qualquer artista brasileiro ficava dependendo do bom humor de alguém de uma rádio, de uma televisão, tentar encaixar você numa programação. O artista sempre teve que comprar o espaço na mídia.
E aí a gente dependia dos caras e passou a ter essa prática do jabá...

Fã – Posso tirar uma foto contigo? (por um instante pensei que a Chica já estava famosa, mas não, não era comigo).

...Depois de um breve momento dedicado aos fãs...

Chica – Tem uma galera começando agora. Sobre esse novo formato, as novas tecnologias pra disseminar música, enfim. Quais são as principais vantagens pro artista, pro autor?

Fernando – As principais vantagens, todo mundo tem essa dúvida. O quê que o autor vai ganhar se ele não tá na estrada, se ele só compõe. Eu acho assim, antes de mais nada ele passa a existir, hoje. Antes de ter a internet ele nem existia. Ele podia compor o que fosse, ninguém jamais ia ouvir, da pessoa dele, do trabalho dele. Ele ia compor um monte de música e ia ficar engavetado. A possibilidade que a gente tem com uma ferramenta como essa, pra espalhar o material, é a pessoa ter o seu nome divulgado. Não é que a pessoa deixa de ganhar, têm propostas pra administrar isso daí. Existe o download remunerado, uma coisa que tem acontecido com a Trama e tem dado muito certo. Ali o autor também tá ganhando tranqüilamente. Existe a negociação dele com os grupos que vão interpretar as músicas dele. A gente faz isso por exemplo: eu componho a grande maioria das músicas do Teatro Mágico, mas tem 4 ou 5 músicas ali, umas do Danilo, um amigo meu, outras que fiz em parceria. Então o que a gente faz, a gente define um valor, divide num montante no fim do ano. Tem maneiras alternativas. Porque até então você era um cara que nem existia. Não tinha aonde divulgar, você tinha não onde gravar. Eu fui contratado pela Cascatas Records, ainda se fosse Cachoeiras! Mas não, era Cascatas mesmo. A gente tava gravando a oitava, nona música lá no estúdio, chegou o dono da gravadora e falou: “ó, muda tudo que agora o negócio vai ser forró universitário e ska... refaz a versão e tal”.

Chica – É mesmo?! O cara queria mudar o trabalho de vocês?

Fernando – É... “não vamos mudar”. Beleza, gaveta. Engavetou a gente. A gente não podia divulgar nem na internet, não podia gravar nada, só podia fazer show. Aí a gente teve que forjar um fim, pra gente poder fazer essa rescisão e tal. Então, eu acredito assim: é lógico que é um momento é diferente. Tinha um momento no planeta que tinha um cara que ganhava pra abrir um negocinho assim (apontando pro alto) e botar fogo na vela. Fechava, ia no outro lado da rua... Acabou. Outro cara inventou a luz elétrica. Acabou. Um exemplo: o cara que inventou o youtube, acabou com a MTV. O cara que inventou o youtube faz com que ninguém mais fique na frente da TV esperando aquele clipe, aquela música. Então a MTV teve que fazer o quê? Vamos fazer programa de auditório, chama a Daniella, isso, pega uma gostosa. Pega a Cicarelli botando homem e mulher pra beijar. Apela, apela. Então, assim, é lógico que a tecnologia vai trazer certos impasses. “Pô, mas e fulano? E o cara que escreve livro?”. Tem autores hoje que fazem o livro online, esse cara vai ganhar o quê, daonde? Porra! Cria-se. Às vezes a solução a gente não tem aqui agora a resposta, mas vamos caminhar pra isso, vamos tentar alguma coisa pra isso. A ideia é meio que dentro desse plano assim, sabe? Então acredito assim, pra todo mundo que tá começando, tem que ter um site, tem que ter a sua rede de amigos, de e-mails...

Chica – Isso que eu ia te perguntar, tem que ter?

Fernando – É irreversível. Ó, isso que a menina acabou de fazer: ela veio aqui me viu aqui do nada, tirou uma foto. Essa foto daqui a pouco tá no planeta. Caiu num cyberespaço, tá no mundo inteiro. Então assim, não tem como...

Chica – A dica pra galera então é se ligar mesmo?

Fernando – A dica é se ligar, buscar articular não somente virtualmente as suas redes de contato, também fisicamente: criando um festival, se encontrando com os artistas locais, falar com a prefeitura, com a escola, com faculdade, centros culturais. São espaços que dão oportunidade pra você mostrar o trabalho independente e tal, trabalhos autorais, quem tá cuidando desse teatro, enfim, é ir atrás disso aí fisicamente mesmo e no virtual, tudo que for possível. Site, site de relacionamento, música livre pra galera baixar. Até então se pagava R$ 40,00, R$50,00 num CD pra ouvir uma, duas músicas. E hoje não precisa mais. Aí o Elton John vem e diz que precisa parar com essa coisa de internet por uns 2 ou 3 anos porque isso tá acabando com os compositores, porque ele vendeu só 100 mil cópias do último trabalho dele. Porra, não é que tá acabando os compositores, tá surgindo um monte. Tá todo mundo vendo que não tem só o Elton John tocando piano, tem aquele moleque, tem aquele moleque, tem aquele moleque.

Chica – E porque você acha que as gravadoras não acabaram ainda?

Fernando – As gravadoras não acabaram ainda por uma simples questão (sinalzinho clássico de din din): elas têm uma economia fodida, gigante ainda. Mas quem não se ligou, já fechou. Quem se ligou, como a Trama, tá dando um jeito, procurando outras respostas e tal. As gravadoras brigam contra a pirataria. Há 15 anos atrás não era a gente que tava tocando uma fita K7 escrito “lentas”? Porra! Todo mundo fez isso. Se você faz isso hoje você é criminoso. Então espera aí, eu sempre fui criminoso e não sabia. A xerox do livro que a gente fazia na faculdade. O autor tá perdendo dinheiro com isso? O autor deixou de ser lido muitas vezes porque “pô, não vou comprar isso aí, vou pegar uma cópia de alguém”... Não tem como segurar...

Chica – Resumindo, o direito autoral vai ser sempre a questão mais delicada de toda essa discussão?

Fernando – O direito autoral vai ser a questão mais delicada justamente por isso: como esse autor pode receber? Várias ideias ficam passando, por exemplo: o Ecad arrecadou ano passado R$ 380 mi. Porra, imagina só: se você pegar todos os brasileiros que usam celular, se cada um na hora da compra pagasse R$ 2,00, daria muito mais que isso. Com essa grana, ele poderia baixar pelo celular o som que ele quer e aí sim, seria uma coisa muito mais transparente inclusive pra nós. Porque outro dia eu fui multado pelo Ecad porque eu toquei minhas músicas. Você tem que informar o Ecad 15 dias antes aonde você vai se apresentar e que música você vai tocar. Porque é uma lei que existe no Ecad desde quando ele foi criado, na época da ditadura. Todo mundo queria saber aonde você tava tocando e que música você tava tocando. Só que a lei não mudou e eu sou obrigado hoje a avisar com um mês, 15 dias de antecedência, onde e que música o Teatro Mágico vai tocar. Então assim, saber que existe uma lei que tá regendo essa relação hoje e ninguém faz nada... Então acho que a grande questão quando se fala em propriedade, em como o autor vai ganhar o direito autoral dele, é dentro desse espírito assim, de ir descobrindo, sabe? É um momento novo, uma tecnologia nova, vamos descobrindo. A gente não sabe, vamos arranjar soluções pra isso.

Amiga (dele, no caso) – Fernando, convida ela pra tomar uma? A gente vai pra Cidade Baixa.

Chica – Pois é, ia perguntar isso também. Tá cansado e vai pro hotel ou vai tomar cachaça?

Fernando – Vô tomá cachaça.

Chica – hahaha, vambora!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Marcelo Cougo e o MPB



Chica – Cara, tá, internet, beleza, é bom pra divulgar. Agora todo mundo tá fazendo música e botando na internet. Tem espaço pra todo mundo?

Marcelo – Tem. Tem porque nunca teve tanta gente no mundo como hoje em dia. São mais de 6 bilhões de habitantes nesse planeta, tem espaço pra caramba. Tem público pra todo seguimento e o seguinte, a música é uma forma de arte maior e a gente não pode esquecer pra quê que serve a arte também. Serve pra tornar a vida das pessoas mais suportável, pra gente poder dar um passo além dessa nossa condição humana tão limitada, a arte serve pra isso. Não vamos limitar, as pessoas podem fazer arte à vontade. Agora, a gente sabe quem é que faz bem a arte, quem é que realmente as pessoas querem buscar, aquela obra daquele cara, daquele artista e tal. Isso nunca vai ser substituído. O acesso, a facilidade pra fazer as coisas, pra tu trabalhar com artes gráficas, por exemplo. Tu fazer um projeto arquitetônico hoje em dia. Tu imagina os desenhos de Gaudí, agora tu imagina os caras mexendo no computador pra fazer uma planta hoje desse prédio que a gente tá aqui. São formas diferentes. Agora o cara tem que ser bom, tem que ser fera.

Chica – E tu acha que a cultura em geral só vai ter futuro se estiver digitalizada?

Marcelo – Não, não acho. A cultura é presente. Acho que ela tem o presente não digitalizado. Pro futuro precisamos digitalizar muitas coisas pra não se perder. A pergunta faz pensar. Mas tipo assim, se tivesse um instrumento, se só nós soubéssemos fazer esse instrumento, que fosse importante na nossa região, que tivesse uma história na nossa região. Antigamente escreveríamos um manual, ensinaríamos as outras pessoas a fazer, pra passar aquele legado que é importante. A internet, a digitalização facilita muito e garante, pelo menos por um pouco mais de tempo, que isso continue. Não que isso torne estanque o processo cultural que é dinâmico.

Chica – A gente tava falando agora pouco das novas maneiras de disseminar músicas, novos formatos, tudo o que a internet oferece e que é positivo. O que você acha que os novos músicos devem fazer a partir de agora pra estarem inseridos nesse novo contexto?

Marcelo – Essa é uma pergunta complicada porque eu não sei nem o que eu devo fazer pra táinserido nesse contexto hahahah... Acho que todo mundo tinha que dar uma boa tastaviada, tem que experimentar tem que ter ciência de algumas coisas. A pessoa tem que saber que precisa divulgar a banda dela. Perfilzinho no orkut, ter uma boa lista de e-mail, myspace, procurar esses clubes de trocas, onde o pessoal conhece o trabalho de um de outro. Acho que é um caminho fácil e muito acessível de se fazer, custa barato e tem o seu valor sim. Se a pessoa trabalhar bastante tem um potencial enorme. Tem que se dedicar, aquilo ali é como se fosse um trabalho de escritoriozinho, tem que fazer 2 horas por dia, durante 6 meses... faz efeito.

Chica – Bom, tu tomou uma iniciativa e participou da organização do I Fórum MPB. E como que foi... Quem tá colaborando, como é que foi a aceitação? Tem muita gente querendo ajudar?

Marcelo – Tem muita gente querendo ajudar. Isso aí foi uma idéia que começou lá na Campus Party um evento que rola lá em São Paulo no começo do ano, com um pessoal que mexe com internet e tal. E o pessoal começou a discutir, o Everton e o Serraria, junto com vários outros ativistas, o Fernando Anitelli do Teatro Mágico e essa galera começou a discutir a criminalização do download gratuito, o acesso, o compartilhamento de arquivos, de informação e todo o contrafluxo, a contrareforma, que vem pesada. Ela vem pesada, vem misturando, vem causando confusão na cabeça das pessoas. Vem misturando compartilhar arquivo com pirataria. Típico da grande mídia, perpetuar essa confusão de modo que as pessoas não consigam enxergar o que é uma coisa e o que é outra. Bota tudo num grande saco e acha que tudo é a mesma coisa. Esse pessoal começou uma discussão via internet, via msn, começaram a se unir e resolveram aproveitar a edição do FISL em Porto Alegre e iniciar esse projeto. Quer dizer: apoio da Associação do Software Livre, apoio da Prefeitura através da Secretaria Municipal de Cultura, que conseguiu esses espaços pra gente fazer os shows, montaram uma estrutura pra rapazeada, o Sindicato dos Bancários cedendo o espaço, o Ministério da Cultura, um apoio muito importante, com algumas passagens e hospedagens pras pessoas virem até aqui, participar dos debates e dos eventos, dos shows. Vários agentes se mobilizaram, pessoas, ativistas, se mobilizaram pra que isso pudesse estar acontecendo hoje.

Chica – E a organização física da história, foi uma loucura ou não?

Marcelo – É uma doidera hahahah. Olha o modelo: as pessoas são acostumadas a viver numa segmentação porque o sistema nos prepara pra viver um mercado de trabalho e ter uma função, ser uma peça na máquina. Então tu faz isso, é segmentado o negócio. E aqui é descentralizado e autogestionário, então a coisa é meio caótica. E tem que aprender a fazer melhor e melhor e melhor. Ano que vem vai tá mais legal.

Chica – Então a ideia é continuar aqui em Porto Alegre?

Marcelo – Eu acho que a ideia é continuar aqui em Porto Alegre, um evento junto com o FISL, não sei se tão ligado assim ou paralelo, mas aproveitar esse momento porque é um evento do caramba, que acontece há 10 anos, num nível internacional, vem muita gente importante pra caramba aí. Tem que ver, como a gente vai articular, tem até o ano que vem pra gente pensar. O fMPB como é descentralizado e autogestionário ele pode ser em qualquer momento, em qualquer lugar. Aliás, deve tá acontecendo coisas por aí, e isso é Música Para Baixar.

Chica – E aí tu vai subir lá pra tocar ou vai ficar só papeando?

Marcelo – É, eu espero tocar um pouquinho hoje ainda. O cara faaala...

Chica – hahahha

Marcelo – Tu me pegou de surpresa aqui, mas é isso mesmo, acho que valeu.

Chica – Certo, valeu e muito.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Carolina Berger no DOCTV




Chica - E ai querida! Primeiramente, gostaria de já te dar os parabéns pelo projeto aprovado entre tantos concorrentes no RS. Me conta como foi a preparação e a produção deste projeto. Quanto tempo levou?

Carol - O projeto existe desde 2004, quando formulei uma primeira versão do que poderia ser o documentário. E, desde o início, estou com o apoio da Milimmetros Produtora. O produtor do "Paragem", Alvaro Carvalho Neto, me ajudou muito a acreditar na idéia. Isso acho que foi fundamental para o projeto acontecer. Ter um produtor engajado e que acredita que sua idéia pode dar certo. Neste tempo, fui formulando vários projetos, apresentando, principalmente, para concursos de desenvolvimento de roteiro.
Em 2008, pensei - Vou apresentar ao DOCTV e vai ser minha última tentativa. Caso não desse, o projeto seria, provavelmente, engavetado.
Do momento que aprovamos, foram seis meses de trabalho. Da pré-produção, com pesquisa, principalmente, de personagens e locações, a finalização e masterização. A partir das pesquisas na pré-produção, fiz um roteiro e rodamos em duas semanas, divididas em duas fases. Um pouco mais de um mês de finalização e FEITO!


Chica - A chamada para o concurso deste ano foi "Quando a realidade parece ficção, é hora de fazer documentários". O que te levou a escolher essa história para nos contar?

Carol - Essa chamada é bastante atualizada e justa em termos de produção documental. A visão deles é de produção de documentários mais autorais, o que pra mim, na verdade, é uma linha mais relacionada com o documentário de criação, onde os mesmos princípios da ficção podem ser utilizados para a criação de uma obra singular (mais do que original, uma obra em que a subjetividade do autor crie o imaginário sobre a realidade que ele aborda. E dai vem a história que conto no "Paragem do Tempo". Fiz um documentário sobre como imagino aquele lugar, como um lugar onde o tempo e sua passagem é o protagonista, juntamente com a memória daquelas pessoas. Não é um documentário sobre o passado ou sobre as perspectivas do futuro. É sobre o presente e sobre como projetamos o tempo em nossas vidas, enquanto ele passa, de forma cíclica, como uma transformação constante, mesmo que lenta. É por isso que o documentário é contemplativo, porque o lugar tem esse tempo, as coisas duram e se transformam daquela forma naquele lugar. Pelo menos é como imaginei e percebi, depois de anos de imersão acumulados, naquele universo.

Chica - E quais são as principais dificuldades encontradas hoje pelo produtor independente?


Carol - Sempre foi o financiamento. Não sou produtora especificamente, mas busco recursos para meus projetos. Acho que as dificuldades sempre estão relacionadas com captação de fundos para produzir os projetos. Mas acho que bons projetos, produzidos por bons profissionais, sempre são mais fáceis de serem feitos.

Chica - Já anda pensando em produzir outros documentários? Quais são teus futuros projetos?

Carol - Vários. Listas e listas. Mas, temos que priorizar e estou com calendário até o final deste ano, quando devo finalizar o documentário que rodei entre Buenos Aires, Santa Maria e Caçapava do Sul. Tem um nome longo: "Yo quisiera volver... tampoco estuve... pero aca estoy... y no puedo volver". Assim mesmo! Um documentário auto-referencial, eu diria que mais um vídeo experimental sobre uma experiência pessoal na grande metrópole latino americana contemporânea. Mas também sobre a abismal diferença entre a vida em solidão na cidade e a vida contemplativa no campo. Isso tudo com uma história pessoal de pano de fundo. Uma história que conecta o Rio Grande do Sul e a Argentina na mesma "pátria gaúcha".

Chica - E vem cá... Já andam perguntando por aqui: - Tá solteira?!

Carol - Não! Quase casada. Há sete anos com um chef maravilhosamente inteligente e divertido. Você até já conhece ele Chica! Até já andou pela alcova gastronômica dele, recitando seus poemas e deixando vários raparigos zonzos!

Chica - Puxa é mesmo, já tava me esquecendo! Baita noite aquela na L'Alcova di Gelsomina... Muito amor e sucexo pra você e o Chef Mateus! Adoro o trabalho de vocês.

Sandro Boschetti e o Matita Perê



Chica: Quais foram as inspirações e influências na concepção do boteco?

Sandro: Foram várias, na verdade. Muitas idéias surgiram simplesmente da observação de outros bares em Porto Alegre ou do nosso primeiro bar, o Bongô. No caso, um olhar sobre o negócio e sobre detalhes que poderíamos aplicar num outro espaço, nas questões estéticas e funcionais do espaço. Fizemos três viagens pelo Brasil ao longo de 2008, para o Rio de Janeiro (basicamente Lapa e Santa Tereza), Belo Horizonte (além de Tiradentes e Ouro Preto) e por fim São Paulo (Vila Madalena, Moema e Augusta). As viagens nos ajudaram a consolidar idéias que já tínhamos e, é claro, abriram a nossa cabeça para novas possibilidades. Copiamos, com pequenas adaptações, algumas idéias de decoração que vimos pelo caminho, além de criar muitas outras inspirados por espaços e concepções estéticas que achamos interessantes. Também aproveitamos as degustações de bebidas e pratos que fizemos para definir melhor o cardápio do boteco.


Chica: Porque a João Alfredo?

Sandro: Porque é, na nossa opinião, a grande rua da Cidade Baixa. Grande no sentido estético e na questão histórica. Por se tratar de uma das primeiras e mais antigas ruas de Porto Alegre, detém um casario antigo muito bonito, charmoso e histórico que merece ser revitalizado. Na questão comercial, a rua tem sentido duplo para o trânsito e possui um grande estacionamento que atende bem àqueles clientes que chegam até às 23h na região. Outro fator positivo é o fato de os bares, na sua grande maioria, trabalham no que chamamos da porta pra dentro, com cobrança de ingresso e sem mesas na calçada. Isso eleva o nível do público e permite mais segurança e conforto aos clientes.


Chica: Qual é a proposta do Matita em relação a comes e bebes?

Sandro: O boteco tem, na estética e no cardápio, explicitamente influências brasileiras, que passam pela gastronomia, música e boemia. Na questão específica do cardápio, criamos a maioria dos pratos, boa parte inéditos, pelo menos em Porto Alegre, que misturam sabores oriundos principalmente da Bahia, Minas e São Paulo, sem esquecer a boa mesa da culinária gaúcha.
Pretendemos oferecer nos sábado, ao meio dia, feijoada entre 11h e 15h, com show de samba a partir das 16h, isso a partir da segunda quinzena de junho. Na questão das bebidas, apostamos as fichas em chope e na mais genuína bebida do Brasil, a cachaça. Temos um cardápio único para a bebida que conta com quase 60 rótulos de diferentes regiões do país, contemplando os mais diversos paladares e exigências. O cardápio apresenta a foto da garrafa acompanhada com a descrição do produto, comentado a procedência, madeira usada em caso de envelhecimento e o valor da dose. Desenvolvemos um ‘kit’ para servir a bebida, num triângulo de madeira que suporta a dose acompanha de queijo minas e mel para o cliente ‘limpar’ o paladar antes de apreciar a bebida. Temos ainda a caipira de mel com cachaça, um combinação clássica.


Chica: E a música. O que rola de som ao vivo?

Sandro: Teremos apresentações ao vivo de MPB e bossa com pegada jazzística. Som refinado, de bom gosto para bons ouvidos. Em algumas noites teremos som apenas instrumental, combinando piano e trompete ou flauta, ou ainda piano e alguma corda. Em outras noites, piano, corda e vocal, ou ainda piano, vocal e algum instrumento de sopro. Sempre começando cedo, entre 20h30 e 21h e acabando não muito tarde, no máximo às 23h. Nesse começo de boteco, os shows estão acontecendo apenas nas sextas e sábados, mas o projeto é colocar shows às quintas também, com ingresso de 6 reais.


Chica: Maravilha Sandrinho, sucesso com o boteco!

Marta Loguercio e a Litografia

Chica: Qual é o lugar da litografia hoje nas artes plásticas do Rio Grande do Sul?

Marta: Acho que seu lugar é lado a lado com todas as outras formas de expressão visual que praticamos aqui, ou em qualquer outra parte do mundo. Eu não considero a litografia como uma “categoria” no âmbito das artes e sim como um meio, que me permite praticar uma “linguagem específica”, do mesmo modo que são linguagens a pintura, o desenho, a fotografia, a instalação, a performance, a videoarte e por aí. A matéria calcária da pedra é um meio que me permite fazer o que eu não poderei fazer sobre nenhum outro material.
No entanto, e esta exposição conjunta de que estamos participando com artistas argentinos demonstra bem, é que no campo da arte não há lugar para ortodoxias, nem cânones (e eles tendem a aparecer em todas as épocas...).
A litografia também não existe em um âmbito fechado, que não possa sofrer modificações conceituais ao longo do tempo. Na mostra, poderão ser observados os “deslocamentos” em outras direções que se estão evidenciando na produção gráfica contemporânea e, neste caso, na litografia: uso de chapas de offset em lugar da pedra (o princípio de execução permanece o mesmo, mas a matéria calcária não é utilizada); uso de suportes variados, além do papel; mescla com outros meios; e até mesmo tridimensionalidade, em alguns casos.

Chica: Como surgiu essa ligação dos artistas de Porto Alegre e Buenos Aires?

Marta: Basicamente, nossa ligação é realmente cultural: os países do Sul do continente têm heranças semelhantes às nossas, não há dúvida. Eu pessoalmente “me reconheço” muito mais nestes países do que em outras regiões do Brasil. Mas, o encontro real aconteceu há cerca de dez anos: participando de uma mostra em Buenos Aires, conheci o artista Rafael Gil. No ano seguinte, por indicação de Miriam Tolpolar, da oficina de litografia do Atelier Livre da Prefeitura, ele deu um curso no Festival de Inverno daquela instituição. Em 2000, realizamos mostra conjunta em um formato semelhante ao atual (Litografias Porteñas e Gaúchas), em Porto Alegre, no MARGS Ado Malagoli e em Buenos Aires, no Centro Cultural Borges. No ano passado, eu e Rafael nos cruzamos em uma mostra realizada em Huelva/Espanha (El Arte Litográfico del Cono Sur) e ele me propôs retomarmos aquela experiência de mostra conjunta, neste ano de 2009.
A meu ver esta exposição, de certa forma, vem amenizar em nossa cidade a carência de divulgação da produção atual de trabalhos de artistas dos países próximos. A não ser pela Bienal do Mercosul, aqui quase não ocorrem mais exposições conjuntas (como em outras épocas), que tragam a público a produção realizada na América Latina.


Chica: Como é a receptividade dos artistas gaúchos na Argentina e qual a expectativa pra edição de Buenos Aires?

Marta: Há uma boa receptividade como a que damos a eles aqui, porque nossas semelhanças culturais são evidentes. No entanto, também existem as diferenças e é bom que assim seja. Assimilando-o ou não, conhecer o “diferente” se torna uma fonte de enriquecimento para todos. A mostra em Buenos Aires, provavelmente, se realizará no segundo semestre deste ano, em local ainda a ser anunciado.

Chica: Valeu Marta, parabéns pela exposição e boa sorte em Buenos Aires!

Tânia Cardoso de Cardoso e a Sala Redenção

Chica: Qual é a proposta da Mostra Contos de Nova York?

Tânia: O ciclo contempla filmes de várias épocas. A ideia é trazer a obra de diretores e mostrar a trajetória de cada um deles. O que produziram, o que produzem, fases, mudanças e obsessões de cada um. Se formos pensar sobre a filmografia de cada um dos cineastas, podemos apontar mudanças de rumo, mas ao mesmo tempo há temas que continuam bastante presentes em seus filmes. Woody Allen, por exemplo. Penso que há várias fases em sua produção, depois um certo rompimento e uma espécie de reconciliação, de diálogo entre uma fase (que é contemplada no ciclo) com uma mudança dos últimos tempos. O mesmo foi pensado em relação aos outros cineastas, mas sem classificar demais ou fazer quadros muitos esquemáticos. Sofia Coppola tem uma produção um pouco mais recente. E acredito que com esta proposta a história cinematográfica é recuperada também. Eu chamaria a atenção para o fato de que filmes clássicos e contemporâneos estão sendo oferecidos, intercalados não apenas como uma forma de resgatar a memória cinematográfica, mas também pensando na ampliação de tal memória.

Chica: Qual é o propósito da Difusão de Cultural em relação ao cinema?

Tânia: A proposta do Departamento de Difusão Cultural para a Sala Redenção – Cinema Universitário a partir, principalmente, de 2009 é de devolvê-la à cidade de Porto Alegre, oferecendo uma programação diária (de segunda a sábado), com ciclos alternativos. A Sala Redenção vem passando por um processo de revitalização com o objetivo de reforçar o caráter de cinema alternativo. Trazer filmes clássicos, ciclos de diretores e temas específicos. Sabe aquela coisa de cinema de bairro que se perdeu com o tempo? Aquela coisa de Cinemateca? Pois é, a proposta é buscar afirmar este caráter para nossa Sala. Tal projeto para a Sala Redenção – sempre em sintonia com o projeto do Departamento de Difusão Cultural, dirigido por Claudia Boettcher, do qual a Sala faz parte – pretende dirigir o foco das discussões para a cultura como vetor de criatividade e diversidade, com o objetivo de enfatizar o diálogo com a cidade. Pretende, também, fortalecer a Sala de cinema como um espaço público de reflexão e diálogo sobre temas relevantes da agenda contemporânea, como intuito de aguçar o poder de reflexão e de criação do público. Poder oferecer uma programação elaborada, pensada com cuidado, totalmente gratuita, é algo que nos traz muito orgulho. E o importante também é encontrar empresas que apostem verdadeiramente no cinema e que apoiam a Sala Redenção de uma forma importante. É o Caso do Centro de Entretenimento E o vídeo Levou, que nos disponibiliza os filmes para que possamos exibi-los gratuitamente. Isso é muito importante. Alternativa simples e fundamental. Mas é preciso acreditar e apostar no cinema. Foi o que encontramos com este apoio. Parcerias e apoios e como esses são possíveis por se tratar de um projeto acadêmico sem fins lucrativos.


Chica: Como é a aceitação do público porto-alegrense em mostras como esta?

Tânia: Desde o início do ano a Sala Redenção tem apostado em ciclos com uma programação bastante elaborada. A aceitação do público tem sido excelente. Há muita coisa para se fazer, ciclos a programar. O maior desafio e beleza desse projeto é pensar que há um público ávido por programações desse tipo. Universitários freqüentam assiduamente a Sala e parecem ávidos por uma programação elaborada da forma que estamos programando. Temos um público cativo de pessoas da terceira idade que freqüentam a Sala. Isso para nós é muito importante. Poder oferecer essa atividade não apenas de reflexão, mas também como uma alternativa de programação para as pessoas que, além de serem admiradoras da sétima arte, buscam na programação da Sala uma forma de ocupação criativa, digamos assim, é algo importante. É uma forma de continuar produzindo. Há uma memória sendo trabalhada ali de diversas formas. Sem contar que a maior prova de que as salas de cinema continuam sendo espaços importantes é a presença do público na Sala. Todos estes filmes estão disponíveis nas locadoras, mas as pessoas querem assisti-los na tela do cinema. A sala de cinema continua seduzindo muito o público.

Chica: Qual seu filme preferido da mostra e por quê?
Tânia: Esta é uma pergunta difícil, complicada. Há vários filmes deste ciclo que gosto muito e eles estão ali por algum motivo específico. Gosto muito de muitos deles. Vidas sem rumo, de Francis Ford Coppola, por exemplo, penso que até hoje existe nele uma força juvenil e poética muito grande. E faz isso com muita delicadeza. Sem contar que é um filme que dialoga o tempo todo com outras referências. Por vezes os filmes podem ser talvez datados e acho que este não é o caso. Recuperar este, entre outros filmes, para mim é importante. O próprio Contos de Nova York, que faz uma espécie de ligação entre os diretores e filmes do ciclo, é uma produção que gosto muito. Sem contar que tem uma trilha sonora maravilhosa também. Da Sofia Coppola, embora eu goste muito de Encontros e desencontros e Maria Antonieta, destaco o filme Virgens suicidas, que penso ser um filme denso, delicado e sem excessos. Poderia falar de alguns clássicos presentes como, por exemplo, Taxi driver, Touro indomável, de Martin Scorsese ou O Poderoso chefão I II e III, Appocalypse now também de Francis Ford Coppola. Há vários do Woody Allen, como citei anteriormente, de um período longo de produção do diretor que fica até difícil de destacar apenas alguns. Enfim, se começar a destacar, falarei de todos os filmes do ciclo. Deixo para que o público faça sua lista de filmes. O que queremos é que o público se sinta mexido, atravessado e sacudido por cada um dos filmes de formas diferentes. E que freqüentem cada vez mais a Sala Redenção – Cinema Universitário na certeza de que encontrarão uma programação elaborada com cuidado a cada mês. Em julho teremos um ciclo sobre o movimento Nouvelle Vague e, em agosto, uma Mosta de cinema argentino. Muitas coisas boas estão programadas para este ano. O mais importante para nós é a aprovação do público. O número de espectadores nos ciclos será uma forma de vermos se estamos trilhando o caminho certo e quais são as expectativas e os novos desafios para nosso projeto. É preciso estar atento para muitas coisas o tempo todo. Mas é um grande prazer poder oferecer gratuitamente mostras de cinema para um público que parece estar aprovando nossas escolhas. Isso é muito importante.

Chica: Com certeza. Obrigada Tânia, nos vemos na Sala!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Teatro Sarcáustico no 4º Palco Giratório


Com o Festival chegando ao fim, fui ver o espetáculo "A vida sexual dos macacos", do grupo Teatro Sarcáustico. Com textos do diretor Felipe Vieira de Galisteo e do ator Daniel Colin, a comédia conta a história de um personagem desorientado moral e sexualmente e tem referência de obras de David Foster Wallace, Nick Silver, J.D.Salinger, Ernest Cline, Sergí Belbel e Philip Roth.

Segundo Felipe e Deniel, que participam do festival do SESC pela primeira vez, o Palco Giratório tem importância significativa no cenário nacional, tanto no enriquecimento da vida de todos que participam, como na formação de platéia. A diferença da reação do público em cada lugar, a possibilidade de levar sua obra pra outros estados do país, a troca direta com outros grupos teatrais. Tudo isso faz do Palco Giratório um Festival de alto nível cultural.

Infelizmente a edição deste ano já acabou, mas o Teatro Sarcáustico está comemorando 5 anos e você pode ver outros trabalhos do grupo por aí.

Confira a programação especial de 5 anos do grupo em http://www.teatrosarcaustico.blogspot.com/